Técnicos em prótese dentária também são profissionais da saúde!
Guerra invisível!
Um dos maiores cuidados de qualquer profissional da saúde deve ser com a adoção de medidas preventivas e de controle de riscos contra a contaminação por agentes microscópicos como germes, vírus e bactérias. Nesse momento que estamos enfrentando uma pandemia devido a COVID-19, onde tivemos que aprender um novo modo de viver, deixando certos hábitos para trás e aderindo novos, devemos aumentar os cuidados de proteção da equipe dentro dos laboratórios.
O risco de disseminação de microrganismos e de infecção cruzada que pode ocorrer entre os consultórios odontológicos e laboratórios de prótese, faz com que todos profissionais envolvidos recebam informações sobre as medidas a serem tomadas para minimizar os fatores de risco. A falta de desinfecção dos moldes, registros de mordida, modelos, instrumentais e bancadas de trabalho, colocam todos da equipe expostos a várias doenças causadas por diversos vírus que estão contidos na saliva e no sangue, como Hepatites A, B, C, D e G, Sífilis, Gripe, HIV, além de doenças causadas por bactérias e fungos como Pneumonia, Meningite, septicemia (risco biológico) e principalmente a COVID-19.
A Norma Regulamentadora 32 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) garante a todos os profissionais de saúde acesso à vacinação contra Hepatite, Gripe (Influenza), Tétano e Difteria, Varicela, Rubéola, Sarampo e Caxumba (MMR), Tuberculose (BCG), Tríplice bacteriana para adultos (DTP: Coqueluche, Tétano e Difteria) Hepatite A e COVID-19 (de acordo com o calendário nacional de imunização).
Procedimentos simples e técnicas nas quais se buscam diminuir os riscos de contaminação dos agentes envolvidos nos processos de promoção da saúde bucal. Um conjunto de medidas que visa o controle da infecção cruzada entre clínica odontológica e laboratórios tem por princípio básico a prevenção de doenças.
Moldes e modelos devem ser corretamente descontaminados ainda na clínica/consultório para encaminhamento ao laboratório de próteses. Sabe-se que poucos o fazem, portanto fica na responsabilidade do técnico se prevenir e, cobrar de sua equipe os cuidados diários em todas as etapas de trabalho, entre eles o uso correto dos equipamentos de proteção individual (EPIs) durante os procedimentos exigidos nos serviços de saúde, estar com as vacinações em dia, conhecer as doenças de risco e vias de contaminação, visando minimizar as portas de entrada para a infecção cruzada. Considerando todo paciente como possível portador de alguma doença pré-existente, todo o trabalho recebido dos consultórios odontológicos deve ser tratado como contaminado e passível de ser via de transmissão de alguma doença infecciosa e, portanto, deve ser desinfetado no ato do recebimento.
Um desinfetante muito utilizado e eficaz é a aplicação do Hipoclorito de sódio na concentração de 1%, alto efeito contra o vírus COVID-19 devido sua ação ser por oxidação, rápida atividade antimicrobiana, fácil uso, solúvel em água e baixo custo. Após ser diluído em água deve ser borrifado nos moldes, já limpos em água corrente (mesmo em alginato não provoca alterações dimensionais) e colocados em saco plástico por 10 minutos, na sequência lavados novamente, também na água corrente. O método de imersão de moldes não é indicado nesse produto.
O ideal que na saída do consultório o molde esteja selado em sacos plásticos (tipo “zip”), para que não haja contaminação da caixa de transporte, principalmente se não for descartável. Prefira as caixas de transporte em material lavável e NUNCA reutilize caixas de papel ou plástico bolha usado em outros trabalhos.
Jornalista e TPD
saritacoracari@gmail.com
